Capítulo 44 – Pós-Escrito

	O Ano de 2007 correu com algumas novidades: Jonas ganhou dois concursos em Ilhabela, um de poesia e outro com um texto sobre o desenvolvimento sustentável de Ilhabela. Mesmo com apenas 13 anos de idade, ele ganhou os dois concursos participando da categoria 13 a 17 anos. Na escola, foi um dos melhores da classe em todas as matérias. O engenheiro naval Jonas continua fazendo seus “barquinhos” até hoje, cada vez mais incrementados. Montou um mini-estaleiro e construiu vários veleirinhos antes da Semana de Vela de 2007, de um projeto dele chamado “Ilhabela 0.5”, e os vendeu todos durante aquela semana, simplesmente colocando-os para navegar na piscina do clube. Começamos a fazer palestras sobre nossa viagem, com o intuito de incentivar as pessoas a buscarem seus sonhos e superarem seus problemas. Carol surpreendeu a todos, com seu jeito meigo e sincero e dá um show quando fala em público. Também foi uma das melhores da classe. Renovou amizades, fez muitas outras e continua “louca” pela água. Corremos regatas ao longo de 2007 e 2008, com a Carol trabalhando na proa e o Jonas sendo secretário e também levando o leme do barco. Ele ganhou cinco das cinco regatas que correu ao leme, enquanto aguardávamos o Ladislau poder correr.
“Navegante das Palavras” Jonas Muro Gomes – 22/06/2007 Dando forma às palavras Como se regulam velas Fazem-se poemas e frases belas. Aproveitando-se dos sons, Rimas, letras e tons, Como se aproveita o vento Retrata-se o momento. Deslizando sobre frases, Estrofes, acentos e crases, Qual veleiro sobre o mar Faz-se rimar Cada palavra com seu par. Aquele que usa palavras Rimando-as com uma meta, Há de se chamar poeta. Ou, por não andar em linha reta Qual nau por sobre as águas, Há de ser chamado Navegante das palavras. Poema vencedor do concurso de poesia.	“Sei que só saberemos a real dimensão desta viagem em nossas vidas dentro de alguns anos, mas, tenho certeza, será positiva. Foi um ano feliz, muito feliz mesmo, que desejamos repartir com todos!”	“Pássaro Marinho” Jonas Muro Gomes – 22/06/2007 Marinheiro livre, Barco a deslizar. Tranqüilo e faceiro Nas ondas do mar. Qual pássaro marinho, Sozinho a viajar. Terra a vista! No porto chegar. Sem criar raízes, Logo zarpar. Qual pássaro marinho, O mar é seu lar. Tempestade chegando As velas baixar. Tomando cuidado Para não zangar o mar. Qual pássaro marinho, A enfrentar o mar. Voltando para casa, Não quer lá pousar. Qual pássaro marinho Que sempre volta ao mar. Este poema não foi enviado ao concurso, mas eu o acho por demais belo e significativo.
Obrigado aos que navegaram conosco: Márcio Edu Lu e Mô Rodrigo, Márcia, Nick e Rafinha, do Cavalo Marinho	Mudanças aconteceram e sabemos que não faríamos hoje uma viagem igual à de 2006. Ester mudou-se para São Paulo e Itacaré perdeu um maravilhoso restaurante. Soninha, que recebia fantasticamente bem os velejadores em Campinho, vendeu a pousada Lótus e está curtindo a vida, viajando. A sede náutica do Iate Clube da Paraíba em Jacaré foi tomada por um problema político-jurídico e o ICP ficou sem lugar para receber bem os velejadores oceânicos (mas continua recebendo muito bem os monotipos em sua sede de Beça). Hoje também não encontraríamos os amigos que foram para o Caribe. Outras mudanças devem ter acontecido e sabemos que fizemos a viagem num momento único. A vida é isso: deve ser vivida aqui e agora! Perdemos também nossa querida amiga Thereza, esposa do Ladislau, que foi se reunir à Mônica, Kat Schurmann e meu tio Vicente, onde quer que estejam, mas sabemos que estão bem e não saem de nosso pensamento e nossas vidas. Quanto aos planos de novas viagens, coisa que todos me perguntam, estamos juntando recursos para um novo barco, um pouco maior, para podermos morar nele. O passo seguinte será fazer caixa para a viagem, escolher o roteiro e soltar a poita. Mas não se assuste leitor: está nos planos levá-lo junto numa próxima viagem também! E quem sabe, não apenas virtualmente, pois eu, o Jonas e a Carol adoramos receber visitas no barco e, com um barco maior poderemos fazer isso. Quem sabe em breve não teremos que escrever o livro “Melhor que o Melhor Ano de Nossas Vidas” ? Obrigado por navegar conosco!	Homenagens: Kat, Thereza, tio Vicente e Mônica Aquino de Muro. “O Amor nunca morre: transforma-se em saudade e proteção.”